domingo, 29 de julho de 2012

[sem título]

Eu amo morar no Brasil e por ser tão patriota, às vezes me pego falando demais (muito demais) sobre  assuntos que normalmente são esquecidos, ou abafados num contexto onde, crime e corrupção fazem lembrar a vilã da novela das 9h. Não vou ser hipócrita ao dizer que não uso gírias ou termos gringos, ou não vou ao McDonalds, ou não tomo Coca-Cola, mas até nisso sou patriota, já que nosso país é fruto de uma miscigenação muito diversa, e recebemos de forma muito impactante essa influência da América do Norte e Europa, que nos faz querer tomar Pepsi em vez de Dolly. Até querer imitar gringo, é cultural.


Cultura essa que, normalmente nos faz visar tudo de bom, e até de ruim, que existe nos outros países, e muita das vezes ignorar nossas particularidades que nos afetam muito mais diretamente todos os dias. A gente não quer discutir sobre política, porque parece que falar mal dos candidatos e falar que a política do Brasil é uma merda, basta. A gente não quer discutir sobre a política nacional de drogas, porque “matar todos os maconheiros”, basta.

A gente não quer se envolver no veto, ou na aprovação de alguma lei, porque viver em um país que têm praias, carnaval e muitos feriados, basta. E enquanto o nosso país vira colônia de férias para os estrangeiros, vamos padecendo por conta da nossa falta de atenção, ignorância, e falta de visão de que sofremos a retaliação dos nossos próprios atos. Sofremos a conseqüência das nossas tristes escolhas, da nossa “incapacidade” de lutar com garra pra garantir que a cada dia possamos ter um pouco mais de espaço, um pouco mais de dignidade.

A gente vai seguindo e comentando as comunidades críticas do facebook, enquanto não temos nem coragem de ler o jornal do nosso município. E vai se contentando com apenas isso. E não faz nada pra mudar. E deixa pra que algum ativista louco se preocupe, porque na nossa concepção, a culpa nunca é nossa. A impassibilidade nunca é nossa.

Criticamos aquilo que às vezes não faz a menor diferença, ou não tem o menor peso no nosso cotidiano, só pra mostrar um conservadorismo que não tem nos levado a lugar nenhum. Porque se falamos de diferença ou de altruísmo, nosso ego só atrapalha. E o peso do nosso ego nas nossas atitudes tem nos impedido sobremaneira de sermos seres humanos melhores.

Temos que buscar nossa individualidade sim. Não critico aquele que busca o seu bem-estar, desde que pra isso, ele não esteja invadindo o espaço alheio. É a “besteirada” que todo mundojá sabe, e adora pôr em discurso pra parecer o “bonzão”. Difícil mesmo é colocar em prática. Às vezes a gente nem tenta pôr em prática, na verdade. A gente pode ter várias concepções de como se chegar a um denominador comum, onde todos possam estar bem na nossa sociedade. A base sempre será a mesma: cada um tem que ceder
um pouquinho, procurar mudar um pouquinho, se impor um pouquinho, se importar um pouquinho... Todo mundo sabe disso. E, cara, há várias formas de se fazer isso, é só... Vish! Lá vou eu falando demais de novo. Descobrir como fazer isso? Aí é com vocês! Certa de que vocês irão refletir, vou nessa e até a próxima!

Ana Angel

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