terça-feira, 24 de julho de 2012

Ruínas do Mimi

O nome pode parecer cômico, mas já ouviram falar do Palacete do Mimi? Não? Talvez seus pais e avós sim. No início do Século XX, Emir Porto, o famigerado Mimi, foi o mais ilustre proprietário desta construção ímpar, por isso o nome. Uma pena que nos dias de hoje só existam ruínas nesse lugar tão especial localizado no bairro Estrela do Norte, São Gonçalo. Os materiais utilizados na construção vieram em sua maioria da Europa. Vidraças e janelas francesas; mármores e azulejos  italianos; Sua escada, feita em mármore de Alabastro tinha seu corrimão todo em ouro e foi  confeccionado por uma equipe alemã. Acreditem, tudo isso em São Gonçalo. A alta sociedade fluminense freqüentava o casarão.

O Sr Mimi criou um cassino no local em 1950 e o alugava para festas badaladas. Afirmam historiadores que, em 1930, o local recebia freqüentes reuniões dos principais intelectuais da arte moderna brasileira. Di Cavalcanti, Villa Lobos, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Tarsila do Amaral e outros faziam uso do espaço constantemente. Acontece que o palacete não existe mais. Após o incêndio do Gran Circo Americano em 1962, em Niterói, houve a necessidade da construção de um cemitério para suportar a alta demanda de sepultamento devida à catástrofe. A prefeitura decide então construir o cemitério de São Miguel, deixando em ruínas grande parte da memória cultural da nossa cidade. Fica uma pergunta: Somos ou não órfãos gonçalenses de cultura?

2 comentários:

  1. De primeira!
    História pura!

    Boletim informativo, ANIMAL!
    Parabéns pela publicação!

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  2. Parabéns !! Gostei muito da publicação.
    Questão relevante ao final...
    Mas é, parece que nada em SG é preservado.
    Infelizmente, ficamos só com a "história para contar",
    sem nada (ou quase) que a ilustre.

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