domingo, 22 de julho de 2012

Dane-se a atual geração, o importante é o futuro. Pelo menos, é isso que dizem...


Escrevo esse texto como uma reflexão de luto. Ando descobrindo aos poucos, que todo mundo joga a responsabilidade das gerações para as próximas gerações. Já ouviu falar do famoso "o importante é mudar o sistema para as próximas gerações", etc. Os professores de história gostam dessa coisa de se pensar o passado para construir um futuro, mas existe um meio entre o passado e futuro que deve ser levado em consideração.

Toda geração, sacrifica uma geração dando desculpa. Colocam as questões ditas mais importantes como Economia Mundial, Protocolo de Kyoto como a salvação das próximas gerações, mas pelo amor de Deus, falam isso desde a Idade Média e a geração seguinte não tem seu problema resolvido e por isso, ou sem querer, empurram metodicamente para a próxima geração.

Acho que está na hora de um basta nesse "os jovens são o futuro da nação" e talvez, deixá-los resolver um pouco dos seus próprios problemas seja uma possibilidade de solução. Falam que é uma discussão idiota a questão do Rap, Funk, Pagode, Rock serem inseridas na escola. Ah! Outra questão esquisita é essa galera intelectual que fala que Machado de Assis, Guimarães Rosa e os cânones são melhores que os escritores locais, que os músicos que fazem poesias e etc.


Se para o jovem, o bom mesmo fosse Chico Buarque, ele escutaria Chico Buarque ao invés de ouvir Adele, CPM, Forfun, Emicida, Marechal, Luan Santana, etc. A sociedade tem que dar o poder de circulação para todos, principalmente para os jovens. Prendem os jovens nos currículos escolares QUADRADOS, prendem os jovens nas casas dizendo que a rua não tem nada de bom e criam reprodutores do discurso do "planejar para a próxima geração".

A experiência tem que ser aliada a juventude, desde que não a anule. Um jovem de 15 anos tem que estar preocupado com as questões da sua idade, como Uniforme, Tablado, Sala de Aula e isso não é menor que a luta pelo Sistema educacional. Cada um tem na sua luta, sua verdade, logo, reprimir uma luta, pois a crise econômica mundial é mais importante, é fazer com que o jovem prefira não pensar sobre suas questões por falta de autonomia para esse pensar. 

Um grupo social tradicional diz que ficar na internet horas faz mal e TUDO EM EXCESSO faz mal, é óbvio. Mas será que se um filho chegar para a mãe e falar que ficar assistindo 5 horas de novela faz mal, ela vai levar como conselho ou como revolta?

Sim, sou a favor de que o jovem tenha o mesmo direito de achar que suas questões são tão importantes quanto as disputas internacionais. Só assim, o jovem irá ter noção e compreensão de seus direitos. Talvez esse texto seja mais um desabado que um texto conceitual, mas espero que entendam a mensagem. Espero que outros ativistas que COLOCAM O BLOCO NA RUA, também contribuam mais "formalmente", através de palavras, pois temos que fortalecer o debate na rua, colocando nossas atividades na rua, mas também colocando nossos pensamentos em registros formais, para que TODOS entendam nossas "lutas".

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